Da década de 90 para cá, muita coisa mudou dentro do canteiro de obras. O surgimento de tecnologias despertou e alavancou os processos construtivos.
Há 20 anos, com a queda da inflação e o retorno das aplicações financeiras, muitas empresas do setor redirecionaram os esforços para a melhoria de processos e o aumento da produtividade dos canteiros de obras.
Em 2011 surge um produto que revolucionaria e mudaria os processos construtivos no Brasil, principalmente no assentamento de blocos e tijolos. A argamassa polimérica, também conhecida como composto polimérico para assentamento de alvenaria, argamassa sintética ou argamassa fina, passou a ser conhecida no setor e muitas construtoras adotaram o produto em suas obras.
Há cinco anos, a argamassa polimérica ganhou notoriedade, tornando-se comum em muitas construções.
Características
Uma das principais características da argamassa polimérica é que, ao contrário das argamassas convencionais, que são comercializadas em pó, a argamassa polimérica é comercializada em estado pastoso e pronto (massa) para a utilização, sem necessitar a adição de água ou aditivos no momento da aplicação.
Isso, por si só, já implica imediatamente em duas vantagens que se refletem diretamente nos gastos da obra, pois se economiza com a mão de obra, uma vez que os profissionais não precisam gastar seu tempo com o preparo da argamassa, e dispensa gastos com água e areia, por exemplo.
Sustentabilidade
Argamassas poliméricas são reconhecidas pelo forte apelo ecológico por não conterem em sua formulação os dois principais ingredientes da argamassa cimentícia, ambos impactantes ao meio ambiente:
Cimento Portland: de acordo com o SNIC (Sindicato Nacional da Indústria de Cimento), a fabricação de 1 kg de cimento emite mais de 600 gramas de CO2 na atmosfera. Estas emissões se dão devido ao processo de descarbonificação das matérias primas e devido ao consumo de energia necessário para chegar a temperaturas de até 1450 ºC no seu processo de fabricação. Estima-se que a indústria do cimento responde por aproximadamente 5% do total de CO2 emitido pelo homem.
Areia de rios: por eliminar a necessidade do uso de areia na mistura da argamassa convencional, a argamassa polimérica contribui para diminuir a retirada deste material dos leitos de rios, evitando os problemas ambientais associados com esta prática.
Outros recursos como a água e a energia elétrica também estão presentes no canteiro e podem elevar os custos do orçamento da obra. Para a mistura do cimento, areia e cal no método tradicional, a água é um componente essencial, podendo elevar o consumo e o desperdício ao longo do dia, meses ou anos. Além disso, ainda no modo convencional, muitas construtoras utilizam a betoneira para virar a massa, enquanto outras empresas misturam a massa na força do braço, dentro de caixotes e com enxadas. Na primeira ocasião, o consumo de energia elétrica é elevado, podendo resultar no aumento da conta no final do mês. Hoje, após anos de testes, avaliações e sendo aprovada pelos órgãos competentes, a argamassa polimérica passou de inovação para uma realidade no mercado brasileiro, tornando-se um produto acessível, sustentável, econômico e que está presente em muitas cidades Brasil a fora, já sendo utilizada em pequenos e grandes canteiros de obras.