A aplicação da argamassa não precisa de água, de areia e nem de cimento, gerando mais economia para a construção e contribuindo para a preservação do meio ambiente
Muitas construções ainda utilizam o método ou modo tradicional para produzir a argamassa de vedação diretamente na obra a partir da mistura pré-definida de cimento, cal, areia e água. Esta mistura, em muitos casos, também recebe algum tipo de aditivo químico para garantir a regularidade, a resistência e a durabilidade.
No caso da argamassa polimérica da Izifix Plus, a aplicação não precisa de água, de areia e nem de cimento na mistura, agilizando os processos e contribuindo com os cuidados para com o meio ambiente. A massa chega pronta ao canteiro de obras e é só aplicar no assentamento de blocos na alvenaria de vedação. Por não possuir os componentes da mistura tradicional, a argamassa é classificada como 100% sustentável.
Mas você já se perguntou como se dá o processo de produção do cimento?
A fabricação de cimento não é simples e requer muita energia e diferentes mecanismos. Utilizado como agente aglomerante, as principais matérias-primas presentes em sua composição são o calcário e a argila. Ambos encontrados, ainda em excesso, e extraídos da natureza.
De acordo com o site eCycle¹, as matérias primas – calcário (94%), a argila (4%) e quantidades menores de óxidos de ferro e alumínio (2%) – são moídas e misturadas até a obtenção de um pó fino (farinha crua). Em seguida, esse material é introduzido em um forno rotativo onde é aquecido até uma temperatura de 1500 °C, antes de ser subitamente resfriado por rajadas de ar. Assim é produzido o clínquer, material básico necessário para a fabricação do cimento. O material obtido (clínquer) é misturado com gesso (gipsita) e outras adições (como calcário, pozolana ou escória) dando origem aos diversos tipos de cimento que são, por fim, ensacados para que possam ser comercializados.
Esse processo exige um alto consumo de energia, seja na forma de energia térmica (calor), por meio de combustíveis utilizados para aquecer os fornos rotativos para a produção de clínquer, seja na forma de energia elétrica, consumida em todo o processo industrial para movimentar máquinas, fazer girar os fornos rotativos e os moinhos. A maior parte desse consumo, porém, é referente ao gasto de energia térmica durante a queima dos combustíveis.
E como é a extração da areia?
A areia lavada, ou areia natural, é a mais utilizada nas obras. Ela é extraída dos leitos dos rios através de dragas de sucção. As dragas bombeiam a água contendo areia para lagoas de decantação, onde o material sólido é separado da água devido a diferença de densidade. Após algumas horas na lagoa de decantação, a água é retirada através de bombas e o material sólido (composto por areia e impurezas) depositado no fundo da lagoa é retirado e peneirado para retirar pedras e vegetações. Depois de lavada, a areia é transportada para comercialização e separadas nas granulações fina, média e grossa.
Existe também a extração de areia natural de minas pelo método de cava seca. Nesse caso, a extração é feita através da escavação em locais onde houve acúmulo de areia durante anos. Essa areia retirada também é peneirada para separação de pedras e vegetações e depois separada por granulações para comercialização.
De acordo Adson dos Santos², mestre em planejamento Territorial e autor do trabalho “Extração mineral de areias e seus impactos na territorialidade socioambiental”, a exploração mineral por si mesma é uma atividade não sustentável. “O que foi extraído nunca mais será reposto, e existem procedimentos que têm que ser utilizados para minimizar o impacto ambiental da atividade, como cobertura vegetal, preservação de cursos d’água e da paisagem cênica, manutenção da flora e da fauna da região, controle sobre poluição sonora e disposição de rejeitos”.
Existe consumo consciente de água no canteiro de obras?
Segundo estudos elaborados mundo afora, a construção civil é responsável por consumir 21% de toda a água tratada do planeta, sendo 13,6% deste percentual destinado a edificações. O consumo e a gestão eficiente da água são um dos requisitos mais importantes para o desenvolvimento de edifícios verdes, especialmente para aqueles que buscam a constatação de uma certificação sustentável.
De acordo com o site Going Green³, a construção em alvenaria demanda um grande volume de água, uma vez que ela é utilizada para a mistura do concreto e outros fins. “Hoje em dia, a construção seca está presente no mercado brasileiro, mas, ainda assim de uma maneira muito tímida. Com a baixa popularidade, o custo acaba sendo um pouco mais elevado – deve-se levar em conta o tipo e complexidade do projeto”.
O site Going Green apresentou alguns exemplos adotados no canteiro em relação ao uso consciente da água, tornando-os sustentáveis:
- Agentes de cura para concreto;
- Compra de água proveniente de reúso;
- Aproveitamento de águas pluviais e de ar-condicionado;
- Sistema de reaproveitamento de água de dispositivos (lava bica; lava rodas; central de betoneiras);
- Instalação de dispositivos economizadores nas torneiras;
- Fechamento dos registros da obra em intervalos sem produção;
- Monitoramento do consumo de água, se possível setorizado;
- Campanhas de conscientização e plano de incentivos (recompensa aos funcionários);
- Reaproveitamento da água utilizada na pia dos sanitários para a lavagem do mictório;
- Utilização da água empoçada no terreno na lavagem da rua.
- Site eCycle > https://www.ecycle.com.br/como-ocorre-o-processo-de-produasao-do-cimento-e-quais-sao-seus-impactos-ambientais/
- Trabalho de mestrado de Adson dos Santos > http://noosfero.ucsal.br/articles/0009/2488/extra-o-mineral-de-areias-e-seus-impactos-na-territorialidade-socioambiental.pdf
- Going Green > http://goinggreen.com.br/2019/03/20/canteiro-sustentavel-saiba-como-reduzir-o-consumo-de-agua-nas-obras/